Quanto mais rápido... menos tempo temos!

À primeira vista esta afirmação do título parece um perfeito disparate. Temos a ideia de que se formos rápidos, teremos mais tempo livre, mas isso é apenas um pressuposto. O facto de podermos ser tão rápidos hoje em dia nas nossas respostas, não nos deixa sequer tempo para respirar.

O imediatismo passou a ser uma exigência e nem por isso ficamos mais livres, muito pelo contrário. Ficamos mais sobrecarregados pela possibilidade de dar respostas cada vez mais rápidas e, consequentemente, um maior número de respostas no mesmo tempo que tínhamos para uma só.

Os computadores, o acesso à internet, o correio electrónico, os scanners, as impressoras, os faxes, os meios de pagamento electrónicos, uma parafernália de máquinas e maquinetas, serviços expresso e serviços na hora, obrigam-nos a correr muito mais do que fazíamos e... quanto a tempo livre... nem vê-lo! :(

Pensava eu que barafustamos imenso contra as filas de trânsito que somos presenteados logo de manhã e nas quais nos debatemos com a ansiedade de não chegar a horas ou com a sensação angustiante de que estamos a perder tempo presos dentro de um carro, quando nos espera uma lista imensa de trabalhos para fazer.

Ou então a resmunguice vira-se contra o atraso dos transportes públicos, cheios como sardinhas em lata, e o tempo que demoram a chegar ao destino. Há quem já tenha desejado veemente (eu inclusive) que sejam concebidos carros com asas ou que o teletransporte se torne uma realidade! :))

Mas, e se assim fosse, pergunto-me agora - O tempo da viagem, do olhar da paisagem, dos pensamentos perdidos em nós mesmos, da música que nos faz companhia, para onde ia?

Diziam-nos: “… é preciso que esteja cá agora!” - e não havia desculpa possível!

A exigência do imediatismo subia ainda mais degraus! Numa era onde os chips com GPS incorporado fossem uma realidade e nos pudessem detectar onde quer que estivéssemos, e onde a viagem fosse imediata para qualquer sítio do planeta, será que tínhamos mais tempo livre?

Ou teríamos de dar ainda mais respostas, e mais rápidas, à poderosa máquina produtiva que vê números e não corações?

Perguntas que ficam… para podermos reflectir sobre elas.

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P.S - Pronto, ok... Admito que hoje me sinto substancialmente cansada do corre-corre diário, sem tempo livre para mim e para as minhas Estrelinhas!